É aí do lado...

-- Ah não sinceramente não dá! - eu disse. Era inacreditável como o tempo tinha passado rápido e eu não havia percebido que O dia estava chegando. E quando me dou conta, já estava vivendo esse dia, é mole? Era mais um dia dos namorados sozinha. Completamente só, sem ninguém, sem carinho, sem um anjinho para chamar de meu.

Mas eu suportava aquilo, tinha que suportar. Ir para a escola. E foi isso que fiz, como todas as manhãs, essa não seria diferente para mim, nunca era. Fui, mais triste do que geralmente ia. No caminho fiquei imaginando como seria, algo me dizia que seria mais difícil do que de costume. Daí me lembrei do porquê, me lembrei daquela maldita aposta que tinha feito com o Dudu. E não acreditei na minha burrice, eu tinha apostado com ele que até o dia dos namorados ia estar namorando. Bem tosco isso, coisa de filminho americano... e eu Laís Mota fiz isso, apostei isso. Definitivamente a convivência com o Eduardo não tem me feito bem, nada bem. Olha as coisas idiotas que andei fazendo?

Passei dos limites. Vamos lá, o que aconteceu na escola? Bem, tentei me esconder dele de todas as maneiras, o que cá entre nós foi bem difícil, afinal ele é da minha sala e pior senta na minha frente, portanto me achar foi bem fácil! Aff... não faço idéia de como suportei aquele sarcasmo dele, aquela ironia. O trato era: se eu perdesse seria a "empregada" dele, e ele claro tripudiou. Mas bem feito pra mim, eu mereci.

A aula demorou, como de costume, porém acabou. E eu toda feliz achando que meu dia de doméstica havia acabado, já ia indo para casa, quando o Edu me vira assim: "Lalá, eu vou almoçar em casa e daqui uma hora tô chegando na tua casa tá? Empregadinha linda" e apertou minha buchecha, pra variar. Nossa devia cobrar cada vez que ele aperte minhas buchechas, ficaria rica!

Eu não podia acreditar naquilo, era só o que me faltava. Definitivamente o exercício de tolerância do dia ia ser longo e como. Com meu sorrisinho falso, que ele notou na hora, fui embora. Em casa almocei e me joguei no sofá esperando aquela coisinha adentrar a porta e me encher a paciência.
Pouco tempo depois chega ele, todo todo, sem bater na porta como sempre, só entrando. Educação tá escondida sabe?

Bem, foi aquela folga o dia todo, me pedindo pra fazer tudo e eu suportando. Me arrependi até a morte pela aposta, mas a culpa era dele, ele me desafiava. Só que haveria o troco ou eu não me chamaria Laís.

Quando era umas sete horas e nós estávamos ouvindo música, eu falei:
-- Nossa Dudu, mais um dia dos namorados que eu passo o dia inteiro contigo, tá enchendo sabe?
Ele deu um sorriso bobo, que só ele dá e que me irrita terminantemente, e disse:
-- É, pode ser mais um, mas será diferente.
Nem deu tempo de perguntar por que ia ser diferente. Quando vi ele já estava me beijando e que beijo bom!!!

Quando ele me deu tempo de respirar, só consegui dizer:
-- Realmente, foi diferente e que tal a gente fazer assim sempre?

Um sorriso, a minha resposta!