segunda-feira, 23 de abril de 2012

Declaração de amor

Falarei de pessoas que são imensamente importantes. Caso se interesse, fique a vontade para ler. 


"E a cada vez que lembro de "nós" me pergunto o que aconteceu com a gente, aonde fomos parar que não estamos mais 'entre nós'..."

Há muito tempo uma frase não me impactava tanto. Dita assim ao léu, ela já causa estremecimento, mas ao se pensar o porque dela ter sido dita, por quem foi e tudo o que envolve o nós escrito ali, sinto arrepios na alma. Eram um nós tão unido, tão próximo, que descobriu tanta coisa junta, ao mesmo e agora nesse afã próprio da adolescência, de quem deseja acima de tudo conhecer-se. Para além desse entendimento necessário, há os que desejam mais, há o adolescente que deseja compreensão, que saibam que ser ele assim, de certa forma, característico pelas suas idiossincrasias não o faz nem melhor, nem pior, apenas o faz. Nesse ponto final, conclusivo de várias formas, deveria se encerrar também questionamentos, que me importa quem pensa que é, quem pensa que quer, se pensa o que quiser. O que deveria somente dizer-me respeito é o comportamento que tem. É capaz de respeitar? É capaz de abrir espaço ao outro para que se expresse no que lhe importa? Estamos quites, calados e entendidos de que nada mais deve significar o mínimo que seja para mudar.

Como dizia, o nós que eu possuía era bem assim: cada um com seu espaço de ser. E no ser próprio e feliz, o amor reinava como a única e verdadeira valia. Nos diversos colos, podia chorar o pranto da incompreensão, que tanto feria e desanimava. Nesses abraços que, em muitas vezes não podiam sair do campo virtual, era onde eu encostava minha alma para dizer o quanto me cansava não ter lugar. Eram nas palavras de extremo carinho que eu apoiava as certezas de que dias melhores viriam, pois naquele momento e para aquelas pessoas nada além do que eu fazia importava. Por diversas vezes o amor virtual, de tão claro e palpável, atravessa o tempo, o espaço e chegava a cada uma que naquele grupo estava. Nós havíamos descoberto que um bando de gente junta, que tem um amor em comum (Ana Carolina feelings), pode criar e fazer crescer uma família. A família que vai estar para você, nos momentos em que muitas vezes a sua própria não poderá estar. Seriam noites e noites, dias, fins de semana, semanas, meses, anos em que deveríamos ceder uma a outra o que ela precisasse para dali em diante caminhar e chegar ao objetivo de, talvez, com enorme sorte, saber quem era.

Como éramos além de tudo, família. Ganhei irmã, mãe, prima, tia, tudo junto de um jeito que quem me aninhava podia puxar minha orelha, dar a ideia que depois ia ser a errada e, ao mesmo tempo, me fazer tomar a atitude que sabia dever, só não possuía a coragem que ela agora me dava. E nesse turbilhão de coisas nos fomos caminhando, deixando de nos atentar ao tempo. Isso mesmo. Tempo. Uma hora ele passaria e assim foi, como outras coisas nos distraiam, fomos pegas de surpresa. Ei, peraí. Como assim você tem aula? Trabalho? Mas o quê? Sua faculdade? Você vai mudar? Mas e a gente? Ops. Não há mais tempo pra gente. Tem certeza? Não sei, vamos tentar.

Opa, não tem internet. Olha não tenho tempo. Não, não dá pra falar hoje. No fim de semana. Mas é fim de semana e tem churrasco. Mas, mas, mas... Calma, a gente vai se falando. Tá, ok? Ok.... Saudades. Também. Fomos parando, parando. Será que foi nesse momento que passamos a não estar mais entre nós? Pergunto-me se a culpa disso foi esse tão fadado momento, que buscamos com ânsia profunda, o tal do crescer. Será que foi por que crescemos que tivemos que nos focar em outras pessoas, em outros alguéns e paramos de nos pertencer tanto?

Viro meus olhos ao passado e vejo tantos talvez para esse questionamento que não me atrevo a dar uma resposta. Só me permito saber que o amor que nasceu daquela época tão incerta será um ser pra sempre vigente. Amarei e amarei. Desejarei mais que tudo a felicidade de vocês, amadas madonas. Cada uma foi capaz de conquistas esperadas, outras inimagináveis. Algumas ainda tem muito a saber sobre si, outras já buscam o que lhe completam. E eu, mais que tudo, me orgulho imensamente de vocês. E me orgulho de ter feito parte, por um período de tempo, da vida de vocês. Os caminhos nos levaram a nos separar, a vida ou seja lá o que fez isso, mas sei que no coração de cada uma mora sentimento nobre. E eu, tenho certeza, os expresso aqui, nessas palavras mal colocadas. Falo do que vai na mente de cada uma sobre o que fomos, o que somos, o que ainda seremos. O entendimento que cabia nas letras de um computador continua existindo, sou plena em saber sobre isso. E plena sou de que o nosso amor, a nossa família, será sempre a dessas Madonas Surtadas, que fazem tudo pelaDona.